Muita gente não sabe, mas o Fórum Econômico Mundial (FEM) tem muito a nos dizer sobre a Educação que queremos. Em inglês, traduz-se por World Economic Forum (WEF) e estamos falando de uma entidade sem fins lucrativos, situada em Genebra, cujas reuniões anuais são realizadas em Davos, Suíça. Lá encontram-se os principais líderes empresariais e políticos, além de intelectuais e jornalistas selecionados para discutirem sobre as questões mais urgentes pelas quais passa a humanidade. E a Educação, claro, não estaria de fora desses debates. Além das reuniões, o Fórum produz vários relatórios de pesquisa, engajando seus membros em iniciativas setoriais específicas.
De acordo com um de seus relatórios, que versa sobre Educação, Habilidades e Aprendizagem, datado de outubro de 2020, acredita-se que o pensamento crítico e a resolução de problemas serão habilidades muito requeridas das pessoas, devendo crescer nos próximos três anos. Sabemos que essas habilidades não são novas, mas a abordagem heurística, isto é, o método que pretende levar a inventar, descobrir ou resolver problemas, está cada vez mais presente nas organizações do mundo, exigindo esta habilidade de seus colaboradores.
E o que a escola tem a ver com isso? Vamos às habilidades elencadas pelo Fórum Econômico Mundial a fim de tentarmos elucidar essa questão?
Pensamento analítico e inovação
Educadores devem construir novas experiências que sejam inovadoras e ofereçam oportunidades para que o pensamento analítico e divergente ocorra. Nesses tipos de situações, os alunos têm uma ampla variedade de “respostas” em vez de seguirem um caminho para a resposta certa.
Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
Experiências de aprendizagem prática e ativa levam a uma melhor atenção e retenção de conteúdos. Os alunos se beneficiam ao compreenderem novas estratégias de aprendizagem e aplicá-las a outras áreas, tanto dentro como fora da escola.
Resolução de problemas complexos
Mediar um workshop, por exemplo, é um esforço de resolução de problemas complexos. Esteja você executando um design sprint (que é um processo único de cinco dias para solucionar questões por meio de protótipos e testes de ideias com clientes, muito conhecido como o método do Google) ou uma sessão de prototipagem rápida, o objetivo principal é a resolução de problemas por meio de discussão e ação. Os alunos que participam dessas atividades são muito mais propensos a entregar os tipos de soluções para a resolução de problemas complexos.
Pensamento crítico e análise
Educadores podem dar tempo para análises que promovam oportunidades de pensamento crítico. Os estudantes aproveitam essas oportunidades para analisarem e pensarem criticamente como oportunidades de crescimento em muitas circunstâncias.
Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
Mediar um workshop e uma experiência de aprendizado em um ambiente de tempo controlado, faz com que os alunos usem estratégias flexíveis para trabalharem em suas tarefas e os pressiona positivamente para continuarem trabalhando mesmo quando é difícil.
Criatividade, originalidade e iniciativa
Enquanto muitas experiências de aprendizagem levam a um resultado comum, as oficinas são desenvolvidas para que haja muitos caminhos diferentes (e criativos) para onde os alunos podem terminar com base em sua originalidade e iniciativa específica.
Liderança e influência social
A facilitação, como uma habilidade, inclui momentos de liderança na realização de workshops e trazer uma influência social para o trabalho em grupo que ocorre ao longo da experiência da aprendizagem por todos os envolvidos.
Raciocínio, resolução de problemas e ideação
A ideação está no centro de uma experiência de workshop em que fazer / criar faz parte do processo, mas, em última análise, leva à crítica e à revisão. Os alunos não devem apenas resolver o problema inicial, mas também raciocinar como podem melhorá-lo com base no feedback recebido ao longo do processo.
Inteligência emocional
Experiências facilitadoras, como um mapa de empatia, fornecem um caminho claro para a inteligência emocional (QE) como uma nova maneira de pensar e raciocinar ao longo de uma experiência de aprendizado.
Design de tecnologia e programação
A facilitação nem sempre inclui tecnologia, mas ao preparar o aprendizado para ambientes presenciais, online e híbridos, essa habilidade de design adaptável/flexível deve se apoiar na tecnologia para fornecer programação que funcione em todos os níveis.
_________________________________
Depois de ler sobre essas 10 habilidades, pense em como elas são tocadas por você sempre que seus alunos estão passando por uma experiência de aprendizagem baseada em projetos ou infundida em design. Os métodos tradicionais de ensino, até mesmo aqueles que utilizam slides mirabolantes, dificilmente tocam em quaisquer dessas 10 habilidades.
Se desejamos que nossos alunos estejam se preparando no presente para um futuro desconhecido (com inovações chegando a galopes) é preciso organizar oficinas e facilitar os tipos de experiência de aprendizagem que abracem essas habilidades desde já; e isso independe do ambiente de aprendizagem ou quaisquer restrições.
Então, esteja você liderando a aprendizagem de adultos ou a aprendizagem na educação básica, é urgente que essas habilidades estejam na vanguarda de nossas mentes ao planejar e executar as ações educacionais. E como muitos de nós está liderando aprendizagens em ambientes diferentes, com pessoas diferentes, é essencial fazer com que o estudante se torne o centro do processo de aprendizagem; que as aulas saiam do tradicional “professor-como-centro-de-aprendizagem” para o aluno que traz bagagem o suficiente para trocar com os demais envolvidos nesse processo, e isso também inclui você, professor / professora, que se faz aprendiz nesse momento de trocas.
Sua opinião sobre os movimentos pelos quais perpassa a Educação é muito importante para Nós. Então, escreva aí para a Nós Educação. Vamos dialogar?