Em maio deste ano de 2022, o World Economic Forum publicou um relatório, que intitulou como “Catalisando a Educação 4.0 – Investindo no futuro da aprendizagem para uma recuperação centrada no sujeito”.
Segundo o relatório, antes da pandemia do COVID-19, estimava-se que 263 milhões de crianças e adolescentes estavam fora das escolas. Além disso, aquelas que não estavam frequentando a escola não estavam aprendendo as habilidades necessárias para o sucesso econômico para a 4.ª Revolução Industrial.
É com base nessas projeções que se identificou que quase 1 bilhão de jovens de baixa e média renda não estão caminhando para adquirirem as habilidades básicas para aprendizagem até 2030.
O acesso à educação de qualidade, ou a sua falta, sabemos, impacta fortemente na capacidade do jovem acessar o mercado de trabalho e as oportunidades econômicas futuras. Parece clichê, mas carece que se continue a bater na tecla de que a pandemia do COVID-19 exacerbou mais ainda essas desigualdades pré-existentes na Educação.
Estima-se que quase 1,6 bilhão de crianças e adolescentes foram impactados pelo fechamento das escolas devido a pandemia, e em todo o mundo; mesmo com as aulas online, em alguns lugares. Segundo estimativas, a cada interrupção escolar de 4 (quatro) semanas, o desempenho médio de aprendizagem cai para 20%, o que pode ser mais acentuado no caso de alunos desfavorecidos. Lembremos que, no mundo, não são todas as famílias que, até hoje, dispõem de mecanismos, como o acesso a ferramentas digitais que auxiliem no aprendizado continuado.
Os efeitos da COVID-19 na desigualdade da aprendizagem aumentam a ameaça financeira que há nos orçamentos para a educação em todo o mundo, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial.
Investigando a jornada de reformas educacionais em três países (Finlândia, Portugal e Canadá), A. Barton (2021) levanta um relatório que versa sobre as barreiras e os principais facilitadores de uma reforma educacional sustentável, entrevistando especialistas e diversos documentos que revelam as barreiras mais comuns e as ações facilitadoras ao que ele coloca como um questionamento: para implementar uma reforma educacional existe um “molho secreto”?
Segundo o pesquisador, para ativar as ações desse “molho secreto” da reforma educacional é necessário:
Ainda segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, há ações que envolvem as três principais áreas, que podem ser tomadas por várias partes interessadas, tanto individual como coletivamente, com a finalidade de apoiar o investimento acelerado na universalização da adoção da Educação 4.0. As três principais áreas que estão à frente de um processo de revisão são: os negócios, o Governo e os educadores. Todos devem pensar em novos mecanismos de avaliação, na adoção de novas tecnologias de aprendizagem e na capacitação da força de trabalho da educação.
No que se refere aos educadores, o relatório diz que:
“os provedores da educação têm a oportunidade de alavancar a recuperação da pandemia do COVID-19 para impulsionar a reforma fundamental dos sistemas educacionais e elevar a profissão docente como um elemento essencial da força de trabalho global”.
O relatório elenca passos concretos que fazem com que os educadores tornem possível a Educação 4.0, tanto coletiva como globalmente, ou mesmo dentro de suas salas de aula. As áreas de ação específicas incluem:
A intenção do relatório divulgado pelo Fórum (2022) é a de que ele sirva de ferramenta muito útil para todos esses atores, destacando e defendendo a Educação 4.0. O investimento no futuro da aprendizagem para uma recuperação centrada no ser humano faz-se necessária com orientação ao investimento e viabilização das ações para tornar o acesso universal à Educação 4.0 uma realidade, não uma ficção que não parece palpável.
Fonte: World Economic Forum. Catalysing Education 4.0. May, 2022.