Está claro que os trâmites pedagógicos em uma sala de aula devem ser modificados e faz tempo que muitos especialistas vêm falando a respeito disso. De aprendizagem mediada, aprendizagem significativa ao método montessoriano e tanto mais, a Educação sempre foi objeto de estudo daqueles que realmente a entendiam como modificadora do sujeito e, com isso, estudavam por longos anos e colocavam suas teorias em prática.
Hoje temos notícias dos estudos de Comte, Freinet, Vygotsky, Montessori, Freire, Ferreiro, Piaget, Wallon… E é certo que outros virão com suas teorias de acordo com os avanços do mundo.
Estive no Rio Innovation Week (RIW) entre os dias 13 e 16 de Janeiro de 2022, evento ocorrido no Jockey Club Brasileiro, na Gávea, bairro carioca. O evento contou com palestrantes como o Cofundador da Apple, Steve Wozniak, Marcos Gurgel da IFood, Francis Suarez, prefeito de Miami, o Astronauta brasileiro Marcos Pontes, atual Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações. Esses e muitos outros estiveram presentes falando sobre Tecnologia e Inovação tanto na área da saúde, do agronegócio, como na tecnologia, recursos humanos, esporte. O fato é que em todas as falas das quais pude ouvir nesses quatro dias, a Educação está intrinsecamente ligada, basta aguçar o olhar e percebê-la dentro de todos esses temas.
E é aí que entra a verdadeira necessidade de mudança da sala de aula e, com isso, o preparo constante pelo qual o professor deve passar, que já vem sendo discutido há alguns anos. A pandemia do COVID-19 veio escancarar a necessidade de constante aperfeiçoamento por parte do corpo docente – e isso para ficarmos somente no Brasil. Eu sei que isso que você acabou de ler é um clichê; sim, é um clichê assim como a famosa frase “Pense fora da caixa”, mas que infelizmente ainda precisa ser ecoado por aí, pois há professores que continuam a lecionar com slides abarrotados de informações, nada atraentes e completamente cansativos assim como suas aulas, cujo lugar de destaque continua a ser o seu, o do professor depositário de conhecimentos, como se fosse ele o único a tê-los e precisando encher as cabeças dos alunos como quem enche baldes vazios.
Também observo muitos acadêmicos com estudos mirabolantes sobre Literatura, por exemplo, mas que tais estudos não apresentam qualquer aplicabilidade para a sala de aula, de maneira a atrair a atenção da garotada do Ensino Médio, por exemplo, ou como incitar à reflexão em outras séries do Fundamental I e II. Já passei por isso, devo confessar. E então dediquei-me a conhecer todos os conceitos do ensino e da aprendizagem que eu conseguisse estudar, perpassando por teorias de metodologias para a sala de aula, pelos processos de avaliação, tecnologias na aprendizagem, enfim, estudos intensos, contínuos e necessários, uma vez que ainda atuo em sala de aula. É aplicação, tentativa, erro, busca constante e o principal, muito diálogo com a comunidade escolar como um todo. O mais importante nesse processo é estar numa instituição de ensino que abraça a causa das mudanças necessárias reconhecendo que o seu professor está, sim, estudando, implementando à medida que aprimora os estudos, entendendo o que deu certo e o que deu errado. A palavra é esta: APOIO!
Voltando ao RIW, o que percebi nas palestras é que educar por projetos, incitar à reflexão, trazer autonomia, educar para o ciberespaço, para a comunicação não-violenta, promover a educação baseada em resolução de problemas, entender bem o que vem a ser o pensamento computacional, a inteligência artificial, a realidade virtual e aumentada e, sobretudo, educar para o learnability, que é a capacidade de aprender, de estar aberto a produzir conhecimento e conteúdo. O que isso tem a ver com o futuro do trabalho? Tudo! E se você já passeou pelo site do Fórum Econômico Mundial, sabe quais são as exigências do mundo do trabalho num futuro que está bem perto.